sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

What I know about Brazilians...

Desculpe minha gente, mas não resisti. Preciso publicar um texto que não é meu. É um texto genial, excelente, me acabei de rir com ele. Um gringo (desconfio que alemão) que está morando no Brasil e destacou 100 coisas que ele reparou sobre os brasileiros. Vale a pena a leitura!

 É só clicar aqui .Blog do Manuel Schneider.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Vídeo

Hoje o post não é sobre mim, hoje é sobre ser au pair, e vai ficar por conta da Juliane.

A Juliane é au pair nos EUA, na Califórnia, e ela fez um vídeo muito engraçado (e verdadeiro) contanto um pouco sobre como é ser au pair. É só clicar aqui para assistir. Confesso que depois de ter assistido, fiquei com vontade de fazer uns também, quem sabe...



terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Patinando


Hoje fui à Praça Sainte Catherine (perto do Grand Place), onde montaram um mercado de natal, foto acima (foto do mercado do ano passado). É comum aqui na Europa esses mercados de natal, montam em diversas cidades, sendo que os mercados alemães são os mais famosos. Nas barraquinhas pode-se encontrar de tudo, mas o que mais se vende mesmo é comida e vinho quente.

Aproveitei o tempo maravilhoso para patinar. Aqui em Bruxelas (e acredito que na Bélgica toda) o clima não é dos melhores, dizem que é igual a Londres. Aqui sempre chove, é raro ver o céu sem nenhuma nuvenzinha, então temos que aproveitar os dias ensolarados e secos como o de hoje.

Reparei que no outono, quando ainda não estava tão frio, em um dia fazia sol, no outro chuva, alternando religiosamente. Agora que as folhas já cairam e a neve chegou, reparei que são raros os dias em que o sol aparece. Mas sobre o clima falarei mais tarde... Por enquanto, aproveitem para dar uma espiadinha nas minhas peripécias sobre o gelo (e quase um tombo, desta vez cai pouco, só 3x, da outra vez foram 7). 



segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A gota d'água

(Continuando... desculpe o post longo)

Essa história já está ficando chata né? Eu sei que no geral as pessoas não gostam de ler coisas ruins, eu só resolvi contar tudo para as futuras au pairs saberem que nem tudo são flores, já que a maioria dos blogs de au pairs só relata a vida boa: as viagens, saídas e amizades. Eu acho importante relatar tudo, tanto bom quanto ruim porque assim as pessoas podem tomar decisões mais sábias. Então vamos continuar que eu não aguento mais essa história, quero logo contar sobre essa família nova maravilhosa!

Minha vida lá na família francesa não melhorou muito. Toda semana, religiosamente, eu ouvia uma bronca. Com as kids, a coisa era outra. Eu já estava pegando o jeito, aprendendo suas manias e palavras proibidas, como driblar choros e fazê-las me obedecer. 

Até que eu não achava a vida lá ruim não (exceto aos sábados que eu tinha que trabalhar 12h seguidas sem intervalo). A gota d'água foi a viagem à Saint Tropez.

Saint Tropez, ah, Saint Tropez! Um dos lugares mais chiques para passar férias na Europa, pena que fui a trabalho. Não posso negar, é realmente bonita. A água do mar é cristalina, areia clara e as casinhas antigas dão um clima super bacana. Mas não pude aproveitar nada disso.

Passamos duas semanas de férias. Para que não fique nenhum mal entendido em relação a minha situação, vou adotar aspas para a palavra "férias". Que fique claro que era férias para a família, dobro de trabalho para mim.



Na primeira semana, duas amiguinhas das meninas ficaram na casa (uma de 9 e outra de 11 anos). Ou seja, tinha que dar conta de 5 (nas horas das brincadeiras, porque na hora do banho e refeições era com a mãe delas). Meu expediente ia do momento em que o menino acordava (por volta das 8h30) até a hora que ele ia dormir (o que variava entre 21h até 1h da manhã, quando eu tinha que dar uns pitos neles, ajudá-lo a ir ao banheiro ou fazer uns sanduíches noturnos). Ou seja, no geral eu trabalhava todos os dias 12h direto, sem intervalo! (Em um próximo post, vou escrever mais sobre a rotina de uma au pair).

Finalmente domingo chegou, dia de folga, perguntei para os meus hosts se eles poderiam me deixar na cidade para eu passear um pouco (a casa em que estavamos ficava no meio da estrada). A reação que se seguiu foi inesperada.

Meus hosts me falaram que eu não tinha "dia de folga" quando eles saiam de férias. Que as "férias" eram deles, e que portanto eu teria que trabalhar todos os dias. Ela ainda disse: "estamos te pagando a mais, então é para trabalhar a mais. Além disso, estamos no meio do mato, não em Bruxelas, aqui não tem onibus, metro ou tram não, como que você quer ir e voltar do centro? E vai fazer o que lá sozinha?"

Tentei negociar e eles concordaram em me dar um dia a mais de folga quando voltassemos para Bruxelas.  No final da segunda semana, eu já estava contando os segundos, cansada demais.


Ultimate Fight! De volta à Bruxelas.
Jantamos, desfiz as malas, coloquei as roupas para lavar, finalmente a vida estava voltando ao normal...

Na mesma noite, como o mês já tinha virado, fui pedir para a minha host o meu salário e o dinheiro extra  (pelas horas extras que fiz na viagem). A baiana rodou legal nessa hora! (eu não podia tocar na palavra "dinheiro" com a host, assim como não podia tocar na palavra "dormir" com o menino que ele fazia um escândalo).

Quando eu pedi o dinheiro extra, a host respondeu "mas a gente não paga extra para au pair". Opa! Para tudo! Como assim??? Nessa hora eu arregalei os olhos e a discussão só foi piorando. No fim eles me pagaram cem euros a mais, disseram que eu não sabia o que era ser au pair (me mandou pesquisar) e me mandaram fazer as malas pois amanhã eu estaria "dehors" (fora).

(Só para ser justa com a host, no dia seguinte ela disse que eu poderia ficar mais uma semana, para procurar uma nova família, mas eu teria que trabalhar).

Saindo da casa
No dia seguinte fiz as minhas malas e fui para a casa da Larissa (ex au pair), que me salvou! (Obrigada Larissa, não sei o que eu teria feito!). Imaginem uma garota de 50kg, andando por Bruxelas com duas malonas de 20kgs cada, subindo e descendo escada de metro, tentando pegar tram, parando pra olhar mapa e tudo debaixo de chuva. Só consegui porque estranhos me ajudaram no caminho (fico muito grata a essas pessoas). No dia seguinte, migrei para a casa da Carla (au pair aqui também). Foi outro drama para chegar até lá.

Da casa da Larissa fui andando até a estação Nord do trem, comprei minha passagem e subi para a plataforma. Subir foi fácil, tinha escada rolante. Faltando 5min para o trem chegar, escuto um aviso de que tinham mudado de plataforma, lá vou eu descer as malonas (sem escada rolante), subo do outro lado, trem errado; mudo de plataforma (desce e sobe), perco o trem. Desci para pedir informações, guichê de info fechado. Nisso já era meio-dia, fui para o Panos (uma lanchonete) comer um sanduiche, e de repente as lágrimas começaram a cair loucamente, não conseguia controlar... Nesta hora a Carla me ligou e eu não conseguia falar de tanto que soluçava, conversamos por mensagem, expliquei a situação, e de repente ela me liga dizendo que estava indo me buscar de carro. Acho que nunca fiquei tão agradecida na vida pela gentileza do host dela. Minhas mãos já estavam cheias de calos de ficar puxando malão. No carro eu só chorava...

Eles me deixaram ficar lá a semana toda, mas, naquele mesmo dia (domingo) eu tinha uma entrevista marcada com uma família alemã. Eu já estava com vontade de voltar para o Brasil, mas minha amiga me convenceu de, pelo menos, ir na entrevista. Fui, gostei da família, e eles de mim, e tive um novo rematch! Terça daquela mesma semana, ou seja, 4 dias depois de ser expulsa da casa, eu já estava trabalhando de novo.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A primeira bronca a gente nunca esquece


Continuando minha história na primeira família...

Antes de embarcar para a Europa, minha host tinha combinado que pagaria a minha escola de línguas para mim, deduzindo do meu salário (deixou isso bem claro), como ela tinha feito com as au pairs anteriores, e eu não teria que me preocupar em pagar. Eu concordei, não fazia diferença para mim.

Um dia, na escola, vi os estudantes pagando eles mesmos, e também fiquei com vontade de lidar eu mesma com essa questão, afinal eu estava trabalhando para ganhar dinheiro e pagar as minhas despesas (sem contar que o curso era meu, o problema era meu, certo?). Cheguei em casa naquele dia e, antes de pegar as kids na escola, fui falar com a minha host.

"Oi host, tudo bem? Escuta, eu gostaria de te pedir uma coisa. Eu gostaria de eu mesma pagar a minha escola. Então ao invés..."

Eu não cheguei a terminar a frase, e ela já começou a berrar comigo. Berrava pior do que com os próprios filhos. Arregalava os olhos e apontava o dedo.

Eu fiquei chocada com a reação exagerada dela. Foram bem uns 15 minutos sem parar. E claro que, neste momento, todo o meu francês foi embora. Eu simplesmente não conseguia formar frases. Na primeira palavra que tentava pronunciar, ela elevava o tom de voz. Respirei fundo e comecei a falar em inglês mesmo.

Expliquei que era apenas uma questão de aprender a me virar, de administrar o meu dinheiro, que queria fazer isso por mim, não tinha nada a ver com ela. 

Depois de mais uns dez minutos de gritaria (dessa vez em inglês), ela concordou que eu tinha direito a me virar sozinha se eu assim quisesse, e concordou em me dar o salário integral. 

Fiquei chocada com a reação, principalmente porque mal tinha uma semana que eu tinha chegado. Ela não tentou sentar e conversar, ela não me pediu para explicar meus motivos, nada, simplesmente começou a gritar. Mal sabia eu que a gritaria seria uma prática semanal, cada vez um motivo diferente, claro.

Na última bronca, a pior, eu já estava craque, e soube administrar com a maior classe! (Demonstrando calma e paciência, sem alterar o tom de voz; o que só a irritou ainda mais).

Eu, que já não estava me sentindo muito confiante na família depois daquele email (pode-se ler aqui), passei a ter antipatia pela minha host. Depois, com outras broncas, percebi que ela tampouco estava interessada em saber sobre a minha vida, minha família (foi a segunda bronca), pois ela logo me cortava. E assim percebi que tampouco daria para me aproximar dela, que não era amiga dela, que eu estava ali a trabalho, era uma funcionária. Desde então me fechei ainda mais. E a situação só piorava...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Traumas (ou desastres por falta de atenção): I

Estou criando um padrão aqui na Europa realmente preocupante. Toda vez que chego numa nova família (ainda bem que só foram duas família e espero nunca mais precisar trocar) faço alguma besteira relativamente grave, por pura falta de atenção.

Primeira casa, primeiro acidente:
Uma noite meus hosts sairam para jantar e fiquei de babysitter. As kids já estavam dormindo, então resolvi aproveitar o tempo para lavar roupa. Infelizmente, uma das peças era uma calça jeans nova. Eu, como era novata nessa área, achei que calça jeans contava como peça de roupa colorida e enfiei tudo na máquina de lavar e secar. 

A máquina de secar ia demorar muito tempo e meus hosts podiam chegar a qualquer momento, então resolvi tirar as roupas antes da hora, ou seja, ainda estava úmidas. Subi para o meu quarto e taquei tudo em cima da cama para dobrar depois. Foi quando notei que minhas roupas estavam azul clarinho. Fiquei aborrecido, e quando tirei tudo da cama, fiquei apavorada!

A colcha chique e branca estava azul! Na hora bateu desespero e raiva. Corri para a internet e descobri que a colcha custava mais caro que o meu salário. Ai é que o desespero aumentou!  Pedi socorro, aos prantos, para a minha mãe (e tem pessoa melhor para nos socorrer nessas horas? mãe sabe de tudo!). E nesta hora os hosts chegaram.

Minha mãe mandou eu colocar a colcha embaixo d'água quente e esfregar com um sabonete claro, antes que a mancha secasse. Como eu não queria que meus hosts vissem, tive que esperá-los irem dormir, e claro que nesse tempo a mancha secou. E meu desespero só aumentando...

Assim que eles apagaram a luz do quarto, corri para o banheiro, meti a colcha na banheira e liguei o chuveirinho na água mais pelando possível. Esfreguei a maldita colcha por quase uma hora sem parar (metade da colcha estava azul), com lágrimas de raiva escorrendo. Até que eu percebi que a mancha estava saindo, magicamente (com muito muque) ia sumindo. Que alívio!

Depois de branquinha, coloquei na maquina de secar e voilà, ficou como se nada tivesse acontecido. Quer dizer, nada na colcha e uma lição a mais para mim!

Desta vez deu tudo certo, meu próximo trauma que seria muito mais... traumatizante (e perigoso).